quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Emoções no Divã

"O Natal é tempo de balanço da qualidade dos vínculos que estabelecemos com aqueles que nos são mais próximos. É tempo de avaliação do amor que damos e recebemos. Não do amor público, social, abstrato, universal, quase impessoal, mas do amor mais íntimo, concreto e personalizado que existe. Nesse sentido, o Natal é o oposto do Carnaval. As emoções carnavalescas não dizem respeito aos nossos amores permanentes e cotidianos. Dizem respeito aos encontros e desencontros dos pierrôs, arlequins e colombinas que cada um traz dentro de si. O Carnaval, portanto, conta nossas realizações e frustrações em relação aos sonhos secretos de amor que todos sonhamos - os encontros e desencontros enamorados, os namoros bem e mal-sucedidos. O Carnaval é, assim, tempo de balanço de nossa capacidade de despertar magia e sedução.
Já a Passagem de Ano é uma festa híbrida. Contém todos os elementos do Natal e do Carnaval. Não é a toa que tanta gente cumpre sempre um mesmo ritual. Até a meia-noite a pessoa fica com a família, para, em seguida, afogar as mágoas sambando pelas ruas e pelos salões, em cadência de folia.
No entanto, a Passagem de Ano é mais complexa ainda. Não só contém emoções natalinas e carnavalescas, como também contém emoções mais amplas ainda. Na realidade, trata-se de um tempo de balanço. Mas não só de balanço familiar e dos amores enamorados. Trata-se de um balanço geral, que engloba TODOS os aspectos de nossa vida. Tudo o que fomos e deixamos de ser. Tudo o que realizamos e não conseguimos realizar, desde o passado mais longínquo até o presente mais imediato. A tudo isso somam-se as esperanças e apreensões de um novo ano que se inaugura. Ocorre-nos então uma pergunta decisiva: nosso futuro será mais auspicioso que nosso passado? Pergunta que põe em questão toda nossa vida.
Sem dúvida, são muito intensa as reflexões propiciadas por essa época do ano. Não é a toa que tanta gente vive com apreensão um momento tão denso de emoções, concentradas em um curto período de tempo.
Por fim, a Passagem de Ano é a época da confraternizaçã o universal. Devido a esse aspecto, evoca a qualidade de nosso relacionamento com o mundo. Trata-se de uma festa em que somos avaliados. E essa avaliação se dá tanto no plano privado quanto no plano público. Por isso, é possível dizer, sem cair no exagero, que dificilmente há comemoração comunitária mais complexa que a festa de Passagem de Ano. Complexidade que se traduz na soma de emoções, muitas vezes conflitantes, que acometem praticamente todas as pessoas." Por Eduardo Mascarenhas

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

SER...

Onde estiver, ESTEJA!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ah! O Desejo....

O desejo é o que torna o irreal possível!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

E com a palavra - a Sabedoria

A verdadeira ignorância consta em ficarmos perdidos e trancados na ignorância de si mesmo.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Homenagem ao Pai da Psicanálise



Ontem, dia 23 de setembro completamos 70 da morte de Sigmund Freud. Depois de mais de 10 anos lutando contra um câncer, Freud morre em 23 de setembro de 1939, em Londres, com 83 anos de idade.





segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dedicado aos meus QUERIDOS pacientes...

As pessoas esquecem o que vc diz, esquecem o que vc faz, mas nunca esquecem o que vc as fez sentir...

domingo, 16 de agosto de 2009

Sintoma - Quando o Amor faz mal à saúde

No sentido freudiano, o sintoma é um enigma que divide o sujeito, é uma solução de compromisso entre o desejo sexual e uma exigência da realidade que se lhe opõe. O sintoma surge como uma mediação de um conflito psíquico, sendo, portanto, uma formação simbólica que visa conciliar tendências psíquicas opostas e tem a sua fonte num desejo sexual proibido, recalcado. Nesse sentido, o sintoma se escreve no corpo como uma mensagem que se enlaça a uma satisfação sexual disfarçada, não reconhecida como tal.

domingo, 19 de julho de 2009

PERMITA-SE OUVIR


É preciso saber ouvir mais com o coração do que com os ouvidos.
O coração possui canais auditivos bem mais sensíveis e dispostos a ouvir e entender.
É preciso saber ouvir as palavras entreditas, mais do que as que foram claramente ditas.
Ouvir as palavras que restam na penumbra.
Ouvir não só os lábios, mas os olhos, os gestos, os passos - que falam muito, e falam sempre.
Sábios são os que não ouvem só com os ouvidos.
Felizes são os que podem contar com quem não tem só ouvidos para ouvir.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Câncer e seu Ecoar Sistêmico

O câncer é atualmente a segunda causa de mortalidade no mundo(1), diante desse fato são realizados pesquisas visando à prevenção e o seu tratamento. Partindo do pressuposto que o câncer é uma doença sistêmica há uma necessidade de buscarmos além do tratamento oncológico, oferecer um suporte emocional tanto para o paciente quanto para a família. Defrontar-se com paciente oncológico exige uma reformulação de condutas exercidas pelos seus membros familiares. Uma vez que, a doença apresenta-se de fato, como um acontecimento impactante que pode ameaçar, modificar ou transformar totalmente, e por vezes, de forma irreversível, a vida pessoal e coletiva das pessoas da família principalmente em momentos como: comunicação diagnóstica, processo de hospitalização, intercorrências, recidivas da doença e outros - período estes que no seu conjunto tem sido chamado, na literatura, de "a jornada do câncer". Além disso, o impacto provocado na família pela situação da doença depende, o fato da doença ser de curta duração ou evolução progressiva, gerando uma crescente tensão no que se refere à exaustão e ao acúmulo de tarefas. Desse modo, instala-se um círculo vicioso; ao afetar o paciente, o câncer afeta a família, que por sua vez, ao ser afetada influencia na reabilitação do paciente.
Neste contexto, surge o cuidador principal, pessoa responsável por auxiliar o paciente dependente no seu dia-a dia, entre outras tarefas, e, em geral, o cuidador é proveniente do próprio núcleo familiar.
Em um estudo de famílias de pacientes oncológicos(2) foi percebido que a escolha do cuidador não costuma ser ao acaso e que a opção pelos cuidadores nem sempre é do cuidador, mas, muitas vezes, expressão de um desejo do próprio paciente. Em geral, o cuidador passa a assumir múltiplas funções, tornando-se o cuidador único, eventualmente, auxiliado em tarefas menores por outros membros da família. Logo, seu múltiplo desempenho passa a ter reflexos em sua vida, que se manifestam através de sinais e sintomas físicos e psíquicos(3,7,8).
Na literatura alguns estudos confirmam essa sobrecarga que o cuidador possui com sua estafante e estressante atividade de cuidados diários e ininterruptos. Talvez este seja um dos aspectos mais bem registrados com relação ao cuidador familiar, tanto no campo oncológico, quanto em outros campos dos cuidados em longo prazo. Há um número significativo de trabalhos relacionando a deterioração da saúde e adoecimento do cuidador, com uma maior carga de estresse(6,8,9); perda do emprego, e perda do poder aquisitivo para a família com o passar do tempo(6,9). Em relação ao comprometimento psicossocial na vida do cuidador, há numerosos estudos que identificaram casos de depressão(4,3,7)onde há principalmente dependência crescente do paciente e a presença de sintomas não controlados , distúrbios do sono(2), medo, maior uso de psicotrópicos(7), ruptura de vínculos, isolamento, solidão, diminuição da participação social (5,7)(, menos satisfação com a vida(10). Todos esses estudos denotam e confirmam a real necessidade da dinâmica familiar também ser considerada objeto de interesse da psico-oncologia, que por sua vez, visa promover a saúde mental da mesma contribuindo assim, para o restabelecimento e a preservação do equilíbrio bio-psico-social de quem cuida, envolvendo de forma sistêmica aquele que é cuidado.

* Por Dra. Renata Schittini – Artigo publicado na Revista Periódico Científico Mai/09

Referências bibliográficas:

1. Estimativa 2008: incidência de câncer no Brasil. Disponível em http//www.inca.gov.br

2. WENNMAN-LARSEN, A.; TISHELMAN, C. Advanced home care for cancer patients at the end of life: a qualitative study of hopes and expectations of family caregivers. Scandinavian Journal of Caring Sciences, Sweden, v. 16, n. 3, p. 240-247, 2002.

3. Kurtz ME, Kurtz JC, Given CW, Given B. Relationship of caregiver reactions and depression to cancer patients symptons,functional states and depression a longitudional view. Soc SciMed 1995; 40(6): 837-46.


4.Thomas C, Morris M. Informal cares in cancer contexts .Eur J Cancer Care 2002; 11:178-82.


5. Neri AL. Bem-estar e estresse em familiares que cuidam de idosos fragilizados e de alta dependência. In: Neri AL, organizador. Qualidade de vida e idade madura. Campinas: Papirus Editora; 2000. p. 237-85.

6.Covinsky KE, Goldman L, Cook F, Oye R, Desbiens N, Reding D, Fulkerson MD, et al. The impact of serious illness on patients' families.

7 JAMA 1994; 272 (23): 1839-44. Emanuel EJ, Fairclough DL, Slutsman J, Alperth H, Ballawin D, Emanuel LL. Assitance from family members, friends, paid givers,and volunteers in the care of terminally patients


8 Neri AL, Carvalho VAML. O bem-estar do Cuidador: aspectos psicossociais. In: Freitas EV, Py L, Neri AL, Cançado FAX, Gorzoni ML, Rocha SM. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 2002. p. 778-90.

9 Schachter S. Quality of life for families in the management of home care patients with advanced cancer. J Palliative Care 1992; 8(3): 61-6.

10 Schulz R, Beach SR, Lind B, Martire LM, Zdaniuk B, Hirsch C,Jackson S, Burton L. Involvement in caregiving and adjustment to death of a spouse: findings from the caregiver Health Effects Study. JAMA 2001; 285(24): 3123-9.




segunda-feira, 6 de julho de 2009

Refletindo...

"(...)Talvez tenha me tornado mais atenta àqueles que me cercam, consciente de que nem sempre os terei perto de mim, desejosa de conhecê-los e de contribuir, quanto possa, para que se tornem o que foram chamados a ser."

M. Hennezel

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Janelas Abertas

Todas as manhãs as pessoas se defrontam, diante do espelho, com duas imagens: A que de fato está refletida; e a que é apenas sentida. A fusão das duas definem o Eu de cada um.

É justamente a imagem mental que cada um tem de si que interessa aos psicanalistas/psicólogos.

Nesse sentido podemos dizer que, o corpo tornou-se via régia para o inconsciente.

Vou mais além....a gente ver o que quer ver e escuta o que queremos escutar!

Inicio meu blog deixando essas poucas palavras, porém altamente significantes. Seja bem-vindo Sempre!