segunda-feira, 26 de julho de 2010

Pulso

A relação entre a necessidade e demanda produz uma defasagem onde nasce o desejo. Uma busca interminável para preencher uma falta que insiste em se fazer presente. Afinal de contas, que falta é essa? Freud no seu texto Mal-Estar na Civilização aponta que a cultura pode ser destruidora. Ela valoriza alguns padrões, comportamentos, com os quais muitas vezes somos capturados. Podemos observar como exemplo muito comum nos dias de hoje, o uso excessivo de medicações na tentativa de “uma certa cura” de estados de angústia que, muitas vezes, poderiam ser repensados e ressignificados sem o uso de tais medicações. A medicação está a serviço do patológico. Estamos na era da patologização que também está a serviço de algo que é valorizado pela cultura. Essa cultura é massacrante, e pode promover verdadeiros genocídios nas nossas relações.
Afogados e encharcados por todas essas exigências em que somos convocados, entramos em contato com nossos vazios e impossibilidades que se tornam insustentáveis. Confrontamo-nos com nossos sentimentos mais profundos e doídos, que são reverberados internamente e sentidos numa espécie de terror sem nome. Confusos e impotentes entregamos para o “o outro” o poder de alguém que possa nos ajudar, onde não mais nos reconhecemos, nem “Como fazer?” “E o que fazer?”
Melanie Klein- Percussora da escola inglesa de Psicanálise com ideias emancipadoras de Freud- aponta em sua obra que as pessoas não sofrem apenas de carências, repressões e traumas. Há um sofrimento pela falta de experiências emocionais que propiciem um desenvolvimento/crescimento. Podemos então abrir a questão: Até que ponto nos deixamos paralisar frente às exigências da cultura e deixamos de pensar no nosso papel enquanto sujeito de nossas experiências? O desejo vai estar sempre tentando dar conta da falta. E essa falta vai sempre existir, na medida em que são produzidas mais exigências na vida. A frustração é inevitável. Paralisar?. Não podemos deixar de pensar num conceito fundamental em psicanálise, o conceito de pulsão. As pulsões caracterizam-se numa pressão ou força que faz o organismo tender a um objetivo. Freud aponta que o dualismo pulsional, entre pulsão de vida e pulsão de morte é inerente ao ser humano. É algo que temos conosco e nos impulsiona na vida, no trabalho, nas relações, nas experiências, procurando nossos objetivos, nossos objetos.
Quando então pensamos na busca interminável por algo que falta, sobre o desejo que grita por aquilo que escapa, na angústia que nos encharca, no indizível, no inominável que nos é povoado pelas frustrações inevitáveis da vida, no medo de um futuro próximo e na incerteza se chegaremos lá, passamos por períodos de não compreensão de nós mesmos. As pulsões como um tornado, passam a ter grandes dificuldades de encontrarem seus objetivos. Falta o ar, o oxigênio, entramos numa espécie de areia movediça. E nossas pulsões? Continuam no seu conflito constante e querem achar seus objetivos… Como?
Wilfred Bion-Psicanalista com importante contribuição na escola inglesa de Psicanálise, no texto, “Sem Memória, sem Desejo, sem Compreensão”, um texto técnico e a priori sem função para os que não são da área psi, nos coloca uma questão que está para todos, na qual podemos refletir, sobre o que fazer quando estamos nesses períodos de não-compreensão de si próprio, do outro, da vida. Ele recomenda o tanto quanto possível, nos aproximarmos de um estado de vazio interno, não um estado da falta, mas um estado que se equaciona numa disponibilidade interna para se escutar, e também para escutar o que o outro tem a dizer de novo. O autor atenta para que não nos deixemos contaminar com nossos desejos, crenças, julgamentos. E assim tentármos criar um ambiente interno favorável, uma espécie de silêncio interno, fundamental para que escutemos o ecoar das muitas possibilidades de encontros e caminhos que temos a seguir. Embarque. As escolhas são nossas!

                                                                                               Por Viavian Costa






quinta-feira, 15 de julho de 2010

Aniversário

Queridos,

Esse mês o blog faz um aninho....e enquanto tal ainda está engatinhando. Mas espero poder dividir com vocês tudo ou quase tudo que a psicanálise e suas vertentes têm a nos oferecer.
Somos um de-vir a todo instante e meu blog não será diferente.
Agradeço a todos( principalmente aos meus queridos pacientes) que de uma certa forma contribuem para que a psicanálise nos atravessem a todo instante. 

terça-feira, 29 de junho de 2010

Eis o Humano...

Que enquanto relação, um singular que, não pode existir sem o outro.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Para Pensar....

Mude suas opniões mas não mude seus princípios!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Re-significando o viver...

Todos nós vencemos todos os dias. Já parou para pensar nisso? Vencemos problemas cotidianos, superamos nossas frustrações, encaramos o inimaginável. Não nos damos conta, na maioria das vezes, de como somos capazes.
Mas, há também os que não têm chance alguma. Não têm opção de vencer. Morrem em acidentes de carro, são vítimas de covardia e crueldades ou vítimas de diagnósticos errados e tardios. E assim têm a vida interrompida abruptamente pelo imprevisto, pelo inesperado. Sem nenhuma chance.
Câncer: sentença ou renovação?
Sujeitos que ganham uma nova oportunidade de viver e não desperdiçam ?
Observo em minha clínica que não raramente esses sujeitos acometidos pelo adoecimento agarram-se a esta nova chance e persistem em suas trajetórias de esperanças minimizando suas angústias e otimizando seus mecanismos de enfrentamento.
Só tenho a agradecer pela honra de ser uma coadjuvante e compartilhar tamanho aprendizado!!!!









sexta-feira, 12 de março de 2010

Pensando a Metafísica da Liberdade...

A idéia de que, ao menos em certa medida, os sujeito é livre constitui um dos mais importantes traços de imagem que formamos acerca de nós mesmos. Entretanto tentar determinar com precisão em que consiste realmente a liberdade e em que condições, ela é possível, a tradição filosófica nos mostra que somos conduzidos a certos impasses teóricos dos quais ainda não conseguimos nos livrar: somos livres quando simplesmente nossas ações são livres? Quando fazemos o que queremos? Ou é preciso que nossa vontade tb seja livre?, isto é, que nosso querer não seja fruto de nenhuma determinação externa? A liberdade pressupõe que haja indeterminação no mundo? Ou ela é possível num mundo determinista? A responsabilidade moral depende da existência de alternativa? Afinal, o que é ser livre?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Pensar o Impensável...

Nós somos o que fazemos repetidas vezes. Portanto, a excelência não é um ato, mas um hábito!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Desejo a todos um 2010 megavibrante!!!
E que seja uma nova oportunidade para acertarmos....